Rasos


Fonte: Vaicekauskas, A. “Ancient Lithuanian Calendar Festivals.” (2014)

Na literatura científica e, especialmente, na popular, o papel do Solstício de Verão ou Dia de São João (lit. Joninės) no calendário festivo campesino é sobrestimado. Tal ponto de vista é moldado pelas peculiaridades do raciocínio de uma pessoa contemporânea. De um ponto de vista astronômico, as mudanças da posição do sol durante o solstício de verão e inverno e os equinócios de primavera e outono são equivalentes. Assim, os pesquisadores, influenciados por uma visão de mundo científica, tendem a dar uma importância similar aos rituais que eram realizados nesses dias.

Não há dúvida que o festival de solstício de verão estava entre os festivais mais importantes do calendário, contudo, o conjunto de rituais do dia de São João é relativamente pequeno. Em algumas partes da Lituânia, ele sequer era celebrado. Já no início do século XIX, Teodor Narbutt notou que o dia de São João estava ausente em ritos antigos. O historiador até mesmo sugeriu que o solstício de verão “durante o período de idolatria, provavelmente tinha seus próprios ritos; as informações sobre ele não sobreviveram até a nossa época; exceto pelo costume de acender fogueiras e pular sobre elas, eles também carregavam certas tochas e lanternas; as dançarinas tinham medo dos homens Pinheiro (lit. Pušiniai) ou, os sátiros lituanos” (Narbutas, T., 1992, p. 262). O historiador, cujo objetivo era apresentar uma imagem gloriosa da antiga Lituânia, não perderia a oportunidade de mencionar os rituais de um importante festival campesino. Jonas Balys, um pesquisador dos costumes das aldeias no período do entre guerras, presumiu que os lituanos importaram o costume de acender fogueiras dos germânicos (Balys J., 1991, p. 212). De fato, os mais significantes rituais do dia de São João são conhecidos apenas na área de fronteira entre a Lituânia e a Letônia, e na Lituânia Menor – ou seja, as regiões sob influência da cultura germânica. Seja qual for que tenha sido a influência germânica (temos dúvidas sobre isso, pois as tradições culturais dos germânicos, bálticos e eslavos são similares por conta de sua origem comum), não há evidências para alegar que os rituais realizados durante este festival fossem tão importantes quanto os dos festivais invernais ou para considerar esse festival como “o mais importante dos bálticos.”

Na língua lituana, o dia do solstício de verão é chamado de formas diferentes: o Festival do solstício de verão da noite mais curta do ano, o dia de São João (lit. Joninės), o Festival dos Orvalhos (lit. Rasos) ou o Festival de Kupolė (lit. Kupolė, um buquê de ervas medicinais ou de vegetação primaveril com flores). Pode-se presumir que os nomes pré-cristãos do festival foram irreversivelmente esquecidos e que os nomes Rasos ou Kupolė apareceram quando um ou outro momento excepcional do festival ganhou mais significância, ou seja, o ritual do orvalho matinal de São João ou a colheita de ervas medicinais. Uma preponderância pode ser dada ao nome de Kupolė porque o nome pré-cristão de um festival prussiano – Kreszes – está etimologicamente relacionado com a vegetação e, portanto, com o significado de Kupolė. Também é possível que o nome Kupolė venha do Kupala eslavo e está relacionado com o verbo kupatsia, que significa “tomar banho.” Aqui, nos lembramos do costume de se banhar na grama molhada do orvalho na manhã do dia de São João. A mitologia cristã associa esse festival com São João Batista, mesmo apesar de a real relação entre o festival e o cristianismo ser expressa pelo fato de que quase todos os rituais do festival serem realizados nas vésperas do dia.

Nas terras bálticas, os rituais do dia de São João foram mencionados pela primeira vez em 1372, quando o bispo de Warmia, Henry II, publicou o documento que proibia celebrar o dia de São João da maneira antiga (Dundulienė P., 1991, p. 179). Contudo, este regulamento, assim como os outros emitidos pelos eclesiásticos, não tiveram muita influência nos camponeses. Em seus escritos, o bispo da Samogícia, Motiejus Valančius, menciona o ano de 1815, quando alguns padres ficaram furiosos que os aldeões nas paróquias de Kartena, Skuodas, Salantai e outras, estavam celebrando o dia de São João da maneira antiga.

Maciej Stryjkowski foi um dos primeiros a associar o dia de São João com o culto da deusa Leda (Lada) (Vėlius N., 2001, p. 546). No século XIX, o culto de Leda (Lada) foi analisado por muitos pesquisadores da mitologia lituana, como Teodor Narbutt, Liudvikas Adomas Jucevičius, Adomas Honorijus, Kirkoras etc. Suas proposições românticas foram aprovadas por alguns outros pesquisadores mais recentes. Simonas Daukantas também interpretou antigos manuscritos de uma maneira pouco crítica e assim, associou os rituais do dia de São João com o culto do deus Perkūnas – o criador de tudo. Mesmo que a interpretação de Daukantas pareça ingênua, o culto de Perkūnas, como o governante dos poderes do céu, pode ter acontecido nos antigos rituais do dia de São João. Os lugares onde o festival tradicionalmente acontecia – campos e colinas – são espaços abertos com a orientação vertical para o céu e, portanto, relacionados ao deus Perkūnas. Perkūnas, junto com o Deus mais superior, foi uma das divindades mais importantes, representando a esfera superior do universo na antiga crença lituana e mesmo na tardia tradição campesina do início do século XX. O possível papel de Perkūnas nos rituais do dia do solstício de verãos é refletido em um encantamento contra febre: durante o dia mais longo do ano, a pessoa teria que assar um pão e comê-lo enquanto proferia, “em nome do Sol e do Trovão de Perkūnas, eu te ordeno, febre, que vá embora do povo (lit. Saulės vardu, Perkūno griausmu, tau drugy insakau, tavi varau nuog žmoniu). Outra pesquisadora lituana, Pranė Dundulienė, alegou que o principal foco do festival de São João era a proteção da colheita contra desastres naturais, como por exemplo, granizo e secas, assim como espíritos malignos e bruxas. Aqui, podemos lembrar que Perkūnas foi considerado o governante dos poderes celestiais, ou seja, de tempestades, granizos e relâmpagos.

No entanto, o espaço ritual e os poderes sobrenaturais atuando no contexto mitológico do festival de São João não estavam apenas relacionados à esfera celestial. A presença da mitologia ctônica e dos poderes sobrenaturais representando-a também foram significantes. Os corpos hídricos como lugares para realizar os rituais do dia de São João não eram menos importantes que as colinas e campos de cultivo mencionados acima. No século XVI, Martin Cromer, que escreveu sobre os rituais realizados durante o dia do solstício de verão, afirmou que, “de acordo com um antigo costume supersticioso, eles decoravam todas as nascentes com flores e galhos de árvores, e coletavam várias ervas, que acreditava-se tratar diferentes doenças” (Jucevičius L. A., 1959, p. 234). Na primeira metade do século XIX, uma descrição similar foi dada por Jucevičius, “o lugar onde as pessoas gostam de realizar os rituais de São João ou do Festival de Kupala são as colinas e margens dos rios; nas colinas, as pessoas queimavam fogueiras e pulavam sobre elas, e então tomavam banho nos rios para se limparem dos pecados e protegerem-se de várias doenças durante o ano” (Jucevičius L. A., 1959, p. 234). Banhar-se ou banhar os animais em uma manhã de festival, normalmente durante o nascer do sol, a fim de protegê-los de várias doenças, também eram costumes conhecidos em outros festivais campesinos, como o dia de São Jorge, a Páscoa e Pentecostes. Há várias crenças relacionadas com os poderes mágicos do orvalho matinal relacionadas ao dia de São João. Por outro lado, as pessoas acreditavam que se curariam após rolar no orvalho matinal e que teriam uma colheita melhor após ter sacudido o orvalho das plantações dos seus campos. Por outro lado, a água, com raras exceções, está simbolicamente associada com o outro mundo nas culturas indo-europeias. Dessa forma, o mesmo orvalho matinal poderia ser associado com a noite festiva quando se acredita que as bruxas brincavam. Outra crença era dizer que as pessoas deveriam ir até os campos somente após o orvalho matinal ter evaporado.

A noite do solstício de verão era a noite em que as bruxas e outras criaturas ctônicas faziam suas brincadeiras. Até o início do século XX, o povo que vivia nas aldeias lituanas acreditava que as bruxas, cavalgando porcos, se reuniam nas encruzilhadas e então voavam para os encontros nas montanhas de Šatrija ou Rambynas, ou mesmo para Kiev, durante a noite do solstício. Enquanto cozinhavam mingau de orvalho do centeio, acreditava-se que as bruxas lançavam feitiços malignos nos campos ou nas pessoas, transformando-as em lobisomens, enquanto demônios e outros monstros ctônicos atacavam a pessoa que encontrasse a flor de samambaia.

Acreditava-se que, no dia de São João, os aldeões que praticavam bruxaria tentavam roubar o leite das vacas dos seus vizinhos passando um filtro de leite, uma toalha ou um lençol sobre um prado orvalhado onde as vacas dos seus vizinhos pastavam. Isso era feito cortando a grama dos campos de outras pessoas, pegando a palha dos estábulos de outras pessoas, pedindo algo emprestado ou de alguma outra forma. Uma das mais completas e mais bonitas descrições das “tecnologias” da bruxaria foram fornecidas pelo famoso cantor popular lituano, Petras Zalanskas:

“As bruxas levantam-se cedo antes do nascer do sol do dia de São João e pegam uma grande toalha, do tamanho de um cilindro (lit. taračkinis). Essa toalha normalmente é quadrangular e tem franjas longas. As bruxas arrastam essa toalha no orvalho de todos os campos até ela ficar toda molhada. Elas roubam o leite das vacas que pertence ao fazendeiro de cujos prados foram visitados por essas bruxas. Após terem retornado para casa, a bruxa torce a toalha tão bem que não fica mais nenhuma água nela. Ela então dá a água para suas vacas. Ela pendura essa toalha em uma parede, pega um balde e espreme as franjas como se fossem úberes de vacas e proferem as cores das vacas dos seus vizinhos – malhada, preta, parda. As pessoas dizem que as bruxas conseguem alguns baldes de leite dessa forma. Não é tudo sobre elas. Depois de algum tempo, essas bruxas pegam a toalha e tentam acertar as vacas de cujo leite elas roubaram.” (Zalanskas, p. 287, 1983)

Além disso, os aldeões acreditam que não apenas os animais precisam receber proteção no dia de São João, mas também os tecidos colocados para alvejar. Se os tecidos forem colocados do lado de fora durante a noite, as bruxas costuravam os tecidos com pelo de cavalo.

A fim de proteger seus animais, os aldeões costumavam fechar as portas dos estábulos durante a noite e colocavam nas janelas alguns itens afiados, plantas espinhentas, urtigas ou galhos de sorveira, enquanto a porta era bloqueada com um ancinho ou “selada” com uma vela abençoada. Além disso, uma cruz, feita de cera de abelha, e outros materiais eram colocados perto da porta. As pessoas também costumavam desenhar cruzes no gado ou espalhar alcatrão no chifre das vacas pelo menos motivo, e o gado era levado para os pastos apenas quando o orvalho matinal tivesse secado.

Se alguma vaca parasse de dar leite, os aldeões também usavam magia para remediar a situação. Em meados do século XIX, Jucevičius escreveu que o povo comum da Lituânia “fervia filtros de leite em água benta tirada de três igrejas, acreditando que isso faria a feiticeira sofrer (…) e vir pedir alguma coisa emprestada; se nada fosse emprestado para ela, ela não suportaria a dor, pediria perdão e devolveria o leite [que havia roubado].” (Jucevičius L. A., 1959, p. 199)

Os lituanos também apreciavam as histórias sobre a flor de samambaia, que acreditava-se ter o poder de dar o conhecimento para a pessoa que a encontrasse na noite do solstício de verão. Normalmente, a pessoa não esperava tamanha sorte e encontrava a flor inesperadamente, enquanto as pessoas que desejassem encontrá-la precisavam ser muito corajosas, estar ciente de certas regras do ritual e até mesmo, se preparar para a procura, pois várias criaturas do outro mundo tentariam amedrontar a pessoa, para que eles próprios pegassem a flor. Vale a pena notar que a busca pela flor de samambaia na noite de São João é um costume relativamente novo.

A importância do dia do solstício de verão é comumente expressa através das várias narrativas que representavam os eventos extraordinários e impossíveis no tempo e espaço cotidiano (humano). Tais eventos extraordinários incluem: a samambaia florescendo à meia-noite (na realidade, a samambaia não floresce), o “giro” de uma “formiga de olíbano” (em lit., “skruzdėlių kodylas”), que dava um conhecimento sobrenatural imaginário, e o sol dançando ou mudando suas cores na manhã do solstício. Mesmo no início do século XX, os aldeões acreditavam que o sol se levantava com guirlandas coloridas, que giravam em torno dele, na manhã do solstício. De acordo com Jucevičius, os lituanos costumavam dizer que no dia de São João Batista, o Sol saía de seu palácio em uma carruagem puxada por três cavalos – um dourado, outro prateado e o outro, de diamante), vai até o seu marido, a Lua, e durante o caminho, dança na carruagem (Jucevičius L. A., 1959, p. 460). Durante o tempo sagrado do dia de São João, poderes excepcionais são dados à objetos comuns também. Por exemplo, plantas curativas ou os “cães do sol” (em lit., saulės sūneliai – lagartas amarelas peludas e lagartas brilhantes), coletadas nas vésperas do solstício, ganhavam poderes especiais de cura.

Tanto as fontes escritas dos séculos XVI-XIX como a tradição popular do século XX, frequentemente mencionam a coleta de ervas de cura (em lit, kupoliavimas). Na obraWolfenbütteler Postille, em 1573, as ervas coletadas no dia do solstício de verão são chamadas de kupolos, apesar de Stryjkoski ter usado esse termo para se referir à um entretenimento festivo. No século XVII, Matthäus Prätorius também mencionam as kupoliavimas. O termo Kupolės está presente nos dicionários de Christian Gottlieb Mielcke, Friedrich Kurschat e outras publicações. Mais frequentemente, essa palavra foi usada para se referir às ervas curativas coletadas nas vésperas do solstício de verão, embora alguns autores pensem que esse termo se refira à uma planta específica. Mielcke e Kurschat presumiram que era a erva de São João, enquanto Aukusti Robert Niemi e Adolfas Sabaliauskas presumiram que as Kupolės eram as plantas que davam flores amarelas e azuis.

Na Lituânia prussiana, a kupolė era um mastro alto com uma roda de madeira, decorado com flores e ervas coletadas na véspera do solstício. Tais mastros decorativos, usados pelos nadruvianos e samogícios, foram mencionados por Prätorius no século XVII (Balys J., 1993, p. 217). Em 1832, Schultze, o chantre de Lazdėnai, descreveu kupolis como um mastro decorado com flores selvagens e fitas (Balys J., 1993, p. 216). De acordo com Schultze, as meninas costumavam proteger o mastro dos meninos, que ficavam tentando roubá-lo a noite inteira. Os habitantes do sudeste da Lituânia não decoravam os mastros. Contudo, o povo das redondezas de Švenčionys acreditavam que a kupolė era uma planta milagrosa com três galhos; quando o primeiro galho florescia, o sol nascia; quando o segundo galho florescia, a lua nascia; e quando o terceiro florescia, a estrela nascia. Essas imagens podem estar relacionadas com o simbolismo da árvore dos mundos indo-europeia.

O entendimento mitificado dessa época festiva teve um impacto nas características do orvalho matinal (ou da água, em geral) discutido acima, que era usado para se livrar de doenças e para adivinhações relacionadas à encontrar um casamento. Nas culturas campesinas, o destinatário das adivinhações são os poderes do outro mundo. Acreditava-se que estes não controlavam apenas o crescimento das plantações, mas também a riqueza e as profecias futuras. Portanto, as adivinhações eram sempre realizadas em lugares da casa, da fazenda ou da aldeia associados com certos significados semânticos, como por exemplo, na soleira, no fogão, na janela, no poço ou nas encruzilhadas. Pelo mesmo motivo, o tema da água é comum no simbolismo das adivinhações. Fazer guirlandas flutuarem na água no dia do solstício permanece até hoje como um dos mais romantizados e populares elementos do festival. Uma forma específica e tardia de adivinhação no dia de São João era atirar guirlandas de flores em uma árvore ou sobre portões. Funcionalmente, atirar uma guirlanda sobre o ombro é idêntico ao costume de atirar um sapato nas adivinhações natalinas, com a diferença de que no primeiro caso, o símbolo da menina é uma guirlanda e, no último, é o seu sapato.

Na primeira metade do século XIX, Narbutt, em sua descrição sobre os rituais do dia do solstício, mencionou as fogueiras ritualísticas como um elemento importante do festival – os jovens pulando sobre as fogueiras e as tochas sendo carregadas ao redor delas (Narbutas T., 1992, p. 262). Até os tempos recentes, uma grande fogueira tem sido um atributo importante das celebrações do dia de São João. Contudo, fogueiras queimando por toda a noite, tubos de alcatrão amarrados em mastros altos ou rodas rolando colinas abaixo não são as principais características do festival, ainda que esses costumes tenham sido influenciados pelas imagens relacionadas com o pensamento mítico de que o período escuro do dia (ano) é nocivo para as pessoas. As fogueiras de São João não têm nada a ver com as interpretações românticas de autores do século XIX ou de autores popularizados pela mídia atual, como a luta imaginária entre os poderes da luz e da escuridão ou com os esforços imaginários do homem de ajudar o sol. As fogueiras queimando durante a noite festiva substituía o sol e protegia as pessoas dos poderes nefastos, espalhando a luz que afastaria essas forças nocivas. Também vale a pena notar que, durante a noite mais escura do ano, os poderes do mundo ctônico estavam tão ativos como nos festivais do período escuro do ano.

O significado simbólico do fogo quase sempre foi associado com o seu poder destrutivo (e curador) na tradição campesina dos séculos XIX-XX. Tal significado também foi atribuído às fogueiras de São João também. Durante o festival, os jovens pulavam sobre as fogueiras a fim de se protegerem de potenciais doenças e queimavam ervas desenraizadas dos campos para proteger os campos de ervas daninhas. O povo acreditava que se jogassem as cinzas das fogueiras do dia de São João debaixo das fundações da casa, ela estava protegida de relâmpagos e incêndios.

O festival da noite mais curta do ano tem muitas características em comum com o Pentecostes e Corpus Christi. Os principais rituais do festival de São João, junto com a coleta de ervas curativas chamadas kupoliavimas, são as visitas às plantações e o ato de balançar-se em um balanço. As formas de entretenimento dos jovens ao redor das fogueiras são muito similares aos encontros de Pentecostes. Além disso, no dia de São João, os lituanos prussianos costumavam colocar guirlandas em suas vacas, assim como no Pentecostes. Ambos os festivais poderiam até mesmo serem unidas em um único ciclo festivo destinado ao culto da vegetação florescente. Como Stryjkowski indicou no século XVI, os camponeses costumavam celebrar o dia de São João por aproximadamente um mês, o que, por sua vez, pode ter causado semelhanças entre os dois festivais (Vėlius N., 2001, p. 546). No entanto, um período tão longo de celebração pareceu altamente improvável até mesmo para o historiador romântico Narbutt (Narbutas T., 1992, p. 261).

Os rituais campesinos foram mudando gradativamente no curso do tempo, e todos os festivais do calendário experimentaram inovações mais ou menos importantes. O dia de São João não é uma exceção. Por exemplo, no início do século XX, a lituana Riflemen’s Union distribuiu instruções indicando onde e como o dia de São João deveria ser celebrado, tornando, assim, o festival mais popular.

Na primeira metade do século XX, a tradição de felicitar as pessoas cujo nome era Jonas (João), adornando suas cabeças com guirlandas de flores ou feitas de galhos ou folhas de árvores (mais frequentemente, de carvalho) se tornou popular.

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